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IMO deve lançar normas sobre embarcações autônomas em 2023

As embarcações autônomas em operação no mundo são aquelas de menor porte, variando de cinco a 24 metros. Acima deste tamanho existem apenas protótipos em funcionamento. Apesar de já existir tecnologia para grandes embarcações não tripuladas, as empresas aguardam que a Organização Marítima Internacional (IMO) aprove o parecer final, que deve sair em 2023, sobre como operar este tipo de embarcação de forma segura.

No Brasil, a empresa TideWise lançou este ano uma embarcação autônoma de pequeno porte projetada e construída no Brasil, o USV “Tupan”. Com menos de cinco metros de comprimento a Tupan opera dentro das normas existentes para embarcações consideradas miúdas. É uma embarcação projetada para ser multipropósito conseguindo operar em segmento offshore, por exemplo. De acordo com o diretor da TideWise, Rafael Coelho, as embarcações autônomas podem oferecer operações mais seguras, isto é, sem por em risco a tripulação, e menos custos.

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Outras vantagens, segundo ele, é que sem a limitação de uma tripulação, isto é, sem a necessidade de paradas para troca de pessoal e hora de almoço, por exemplo, a janela operacional tende a ser maior com uma embarcação autônoma. Além disso, existe a redução do impacto ambiental, bem como a possibilidade no aumento da quantidade na coleta de dados. De acordo com Coelho ainda não haveria redução no nível de emprego, ao contrário, além de transferir os trabalhadores do mar para a operação em terra, as novas tecnologias exigiriam a necessidade de mão de obra mais qualificada.

Em 2019 a IMO lançou regras sobre como fazer testes com embarcações autônomas e a previsão é que para 2023 sejam lançadas as normas de funcionamento. Para ele, a navegação com este tipo de embarcação é um caminho sem volta. “A circulação com embarcações (autônomas) maiores vai acontecer em 2023 ou 2024. E a partir de 2025 elas vão passar a fazer pequenas escalas entre os portos”, disse Coelho durante 28º Congresso Internacional de Transporte Aquaviário, Construção Naval e Offshore, realizado pela Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena), nesta segunda-feira (26).

A previsão é que de 2020 a 2030 o investimento com embarcações autônomas cresça 4,4% e cheguem R$ 135 bilhões. Coelho explicou que atualmente no mundo existe em torno de 500 embarcações autônomas ultraleves, com até sete metros, circulando em todo o mundo. Aquelas consideradas leves, de sete a 12 metros, existem em torno de 50, e o foco maior tem sido o mercado offshore. Já as consideradas pequenas, de 12 a 24 metros, são aplicadas, sobretudo, na área militar como vigilância e interceptação.

Ele disse também que as embarcações autônomas são mais bem aplicadas em segmentos que exigem tarefas repetitivas, como é o caso de atividades de batimetria e monitoramento. Segundo ele, os Portos de Santos e Rio de Janeiro já possuem operações portuárias com esse tipo de embarcação. Já começa a surgir no Brasil algumas sendo aplicadas no segmento offshore.

Fonte: Portos e Navios

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